sexta-feira, 19 de março de 2010

Cobranças...

Uma vez, em um relacionamento antigo meu, eu ouvi a seguinte frase: “Parece que nunca vou ficar como você quer. Mesmo sendo coisas simples, são coisas que não são corriqueiras pra mim, por isso não me lembro em fazer. Só que o fato de não fazer algo assim acaba anulando tudo que faço e, as vezes, isso que faço é algo bem maior, daí o fato de esquecer coisas pequenas apagam tudo que fiz”. Claro que eu não entendia isso até ser eu a pessoa cobrada, então vem a ira “Faço tanta coisa pra agradar e ainda me torra a paciência com isso? Não to acreditando!”.

Porque somos assim? Porque deixamos de fazer coisas que são insignificantes pra nós e sabemos que os outros gostam? Se forem insignificantes, são fáceis de fazer, certo? Quem dera, particularmente acreditava nisso até ser eu o objeto da cobrança.

Acredito que a resposta pra isso fica na gaveta reservada para “os valores pessoais”. Isso beira o óbvio pra mim, mas o óbvio do conhecimento, não do sentimento. Sei que tudo isso é em decorrência aos valores pessoais do outro, mas não consigo trilhar por esse caminho com o meu sentimento. Resumindo, não consigo sentir que muitas ações que me cobram tem certo valor moral pro outro, por isso eu que sou o cobrado acho isso uma pura besteira e faço questão de não fazer.

Pelo pouco que já li, a psicologia aponta que a explicação pra isso ruma para os tipos distintos de personalidade: os duros, os sentimentais, os tímidos e por aí vai. Isso acaba gerando esses conflitos. Cada personalidade tem seus pesos diferenciados, ou seja, cada um tem seus pesos particulares pra cada problema, mas temos a vantagem de saber que quando agrupamos as pessoas por essa classificação citada, fica mais fácil de entender o que está acontecendo.

De qualquer forma eu estou pensando em alguns modos de facilitar o processo pra os momentos que me deparar novamente com essas exigências:

1) Preciso entender a pendência de verdade. Isso significa tirar o estigma que já tenho de que isso é uma tremenda perda de tempo e tentar entender a ação do ponto de vista do meu par.

2) O que o Amor acha? Como decidir se devo ceder a isso mesmo achando banal ou desnecessário? Acredito que isso seja através do crivo do amor. Acredito que eu deva sempre perguntar “Essa exigência tem algo a ver com um relacionamento baseado no amor?”. Se a resposta a isso for SIM, devo passar pros próximos passos. Caso contrário, paro por aqui e vou conversar (e não discutir, atacar, jogar pedra) com a pessoa pra ver se estou entendendo direito ou está faltando algo no que estou pensando.

3) Eu tenho que procurar saber/entender com o outro o porque é tão importante alguns atos que, pra mim, são supérfluos. Acredito hoje que se eu entender isso, consigo adicionar esses atos aos atos que faço automaticamente. Mas se não conseguir, terei que ser sincero e ver se não há nada a fazer que seja um meio termo ou deixar claro que não conseguirei fazer isso sem que seja forçado.

4) A velha e sofrida força de vontade. Claro que há limite, mas se eu conseguir ter a força de vontade necessária pra mudar isso, acredito que atingirei o alvo ou suavizarei ao menos o cenário. Aqui acredito que se consiga levar em consideração o quanto quero mesmo manter um relacionamento. Tenho que ter me mente que quando faço isso, uso um pouco da força desse relacionamento, o que o deixará mais fraco se não for reposto futuramente.


Mas e quanto sou eu que faço as exigências? Honestamente acredito que as mesmas regras acima servem para analisar se minhas exigências ou pedidos são algo que eu deva manter quando houver desavensa ou deva ser algo que eu deva considerar.

De qualquer forma, só consigo por isso em prática se eu tiver um bom diálogo com meu par, senão nem adianta começar, alias... Nem adianta ter par né?