terça-feira, 30 de março de 2010

Você é criacionista ou evolucionista? Eu?! Eu tenho mais no que pensar...

Faço questão de transcrever esse ótimo artigo sobre um assunto que, segundo o que já presenciei, foi motivo de muita briga feia, quase passando a agressão física. É mais direcionado aos religiosos de plantão...

Deus e o Diabo do DNA

A última encarnação do criacionismo religioso é a teoria do design inteligente. Segundo seus propositores, as belezas da vida e o bom funcionamento de nosso organismo são provas de que fomos criados por uma divindade inteligente e amorosa. Contudo, desde os tempos de Darwin, nós sabemos que um processo inconsciente – a seleção natural – também é capaz de produzir sistemas biologicamente evoluídos e que funcionam bem. Então, tanto a teoria da seleção natural quanto a do design inteligente são consistentes com o aparecimento de um organismo biologicamente perfeito. O problema começa quando surgem as imperfeições. Se eu lhe disser que um processo evolutivo – arbitrário e inconsciente – permite, vez ou outra, que certas falhas apareçam, provavelmente você irá concordar, certo? Mas a coisa fica mais complicada se alguém argumentar que esses absurdos biológicos acontecem porque Deus, o onipotente, tem falhas como todos nós. Se isso fosse possível, teríamos de fazer uma pequena alteração em um ditado popular: “Errar é divino, mas perdoar a Deus é humano”.

Filósofos e teólogos já tentaram, diversas vezes, explicar como, apesar de perfeito, Deus criou um mundo cheio de males e imperfeições. A teoria da justiça divina é a mais antiga dessas tentativas. Ou seja, imperfeições aparecem porque essa é a maneira que Deus encontrou para fazer justiça. Por que, por exemplo, as pessoas devem sofrer com diabetes, ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais, articulações ruins, ataques de apendicite ou dentes do siso? Será que esses problemas acontecem porque os humanos pecaram no Jardim do Éden, como muitos cristãos acreditam? Ou eles (os problemas), deram um jeito de subverter a perfeição que Deus inscreveu nos nossos genes? Afinal, o genoma humano é ou não é a demonstração última da perfeição de Deus?

Até recentemente, os cientistas não tinham conseguido responder a essas questões. As ferramentas disponíveis para espiar o genoma eram simplesmente inadequadas. Mas agora, graças às descobertas das tecnologias genéticas, nós temos uma resposta: o genoma humano é absolutamente cheio de falhas estruturais e impropriedades funcionais. Ele empilha legiões de mutações, resíduos grotescos e becos sem saída; tem um design absurdo, uma construção malfeita e inúmeras outras evidências que indicam, no mínimo, uma fabricação incrivelmente ruim. Será que Deus (ou, talvez, o Diabo) é diretamente responsável por esse estado bioquímico ridículo?

Não necessariamente. A inspeção detalhada do genoma humano mostra, em todo lugar, rastros de forças evolutivas inconscientes, muito mais do que pistas de um design inteligente feito por Deus. Nesse caso, essa deveria ser uma nova fonte de preocupação para os filósofos, para os teólogos e o resto de nós? Não, absolutamente o contrário: no que concerne às imperfeições biológicas, a ciência evolutiva pode livrar a religião das amarras da teoria da justiça divina. Não é mais necessário blasfemar contra uma divindade onipotente, culpando-a por nossas fragilidades e falhas genéticas. Em vez disso, nós podemos colocar toda a culpa nos ombros de processos evolutivos inconscientes. Dessa maneira, a ciência pode ajudar a religião a retornar ao seu reino legítimo – não como intérprete das minúcias de nossa existência física, mas como uma conselheira respeitável em grandes questões filosóficas que sempre tiveram importância suprema para a humanidade.

Como autor, sabe o que eu espero que os leitores absorvam do meu livro Inside the Human Genome? Primeiro, que eles aprendam um bocado sobre a estrutura e a operação do incrível genoma humano. Mas, em linhas mais gerais, espero que eles vejam que as ciências genéticas e evolutivas podem e devem ser vistas como parceiras filosóficas – mais do que inimigas inerentes – da teologia e da religião.

Autor: JOHN C. AVISE, Phd em genética e autor do livro inside the human genome: a case for non-intelligent design. Matéria publicada na revista Galileu, ed 225 (abril 2010), na área Novas Idéias.


segunda-feira, 29 de março de 2010

Sou gordo, logo sou um viciado

É... Por muito tempo vago no mundo dos acima do peso. O popular gordo, buchudo, obeso, "forte" e por aí vai. Estudei algumas coisas, apenas li outras, busquei explicação pra isso em muitos lugares mas no final tenho que encarar a verdade, sou viciado em comida.

Isso mesmo, assim simples e prático. Não sou gordo por ter problemas no organismo, por ter isso ou aquilo. Alias por experiências que ja fiz comigo, se me comportar como um ser humano normal (comendo o normal) emagreço como todo mundo. O fato nú e crú é que sou gordo porque sou safado! Como (do verbo comer mesmo) pra me divertir, como pra aliviar um dia tenso, como como hobby. Enfim, eu como e como bem!

Tentei remédios e até estou arriscando um regime. Digo isso porque no início achava isso coisa de gente fraca, bastava fazer uns exercícios e pronto. "Evoluí" e comecei achar que teria que sentir a necessidade de emagrecer. Afinal se você passar a sentir isso, seu corpo começa a agir e você fica mais forte pra resistir as tentações, certo? Sim para os outros, não pra mim.

Recentemente tenho tido vergonha na cara pra admitir algumas coisas que me espancaram a vida toda (afinal todo mundo tem isso né?) e uma dela foi essa coisa de ser gordo.

Não gosto, alias abomino principalmente em mim. Vejo gente na rua como eu ou maior e penso "Lá vai mais um coitado, que deve desejar mais que tudo na vida ter um copo normal". Ser gordo me deixa feio (ou mais feio, risos), disforme, sem opções de roupa, a lista e interminável de coisas ruins. Então fica a pergunta: já que acho tudo isso, porque ainda sou gordo então? Entendeu agora porque me chamei de safado antes? Podemos traduzir o safado por fraco, sem vergonha na cara, falta de auto-estima e bla bla bla. Mas o fato é que o problema permanece.

Hoje vou almoçar no quarto do hotel que estou. Vou pedir um prato pequeno (tô de dieta, lembra?) mas ai vão ficar aquelas barras de chocolate olhando pra mim, na maldita cestinha de coisas pra você comer do hotel. Basta tirar certo? Errado, a cabeça de um gordo xarope como eu não deixa.

Conversei com uma pessoa que conseguiu emagrecer mais de 25 Kg. Perguntei a ela (como todo mundo faz e como eu já fiz inúmeras vezes) como ela conseguiu. Advinha a resposta dela. Duas dicas: não teve nenhum milagre (nenhumzinho) e nenhum remédio ou fórmula nova (infelizmente, droga!). Acredito que a resposta, como todos deduzem, seja mais óbvia do que algum exemplo engraçado pra ilustrar (tipo corintiano ser ladrão, mulher ser egoísta no trânsito e coisas do gênero). Ela fechou a boca, simples e objetivo como a vida deve ser, risos.

O fato é que tudo que descrevo acima tem um paralelo impressionante com vício em bebida e afins (tá, isso é óbvio também certo? Vira um viciado que vai ver que não é tão obvio assim pra quem esta no vício).

Veja só, você se sente fraco se não faz, precisa disso pra ser feliz, pra ter alegria e o pior de tudo, é totalmente legal e bem visto pela sociedade. Você já percebeu como fica feliz por ver uma pessoa comendo bem? Isso é meio inerente ao ser humano até pelo motivo da tal da lei de sobrevivência, nos transmite aquele sinal inconsciente que essa pessoa está bem.

Fora que quem consegue largar chega até você e tenta explicar em palavras como você tem que fazer isso urgente. Como foi bom, como conseguiu, enfim, quase grita "meu amigo, para com isso urgente, você está viciado e perdido, salve-se a sim mesmo e aos que te rodeiam". Em suma, ser gordo é porque você é viciado e ponto final (tem as exceções, mas como já se diz são as exceções).

Na tentativa de ajudar-me, a ex-viciada e vitoriosa que falei hoje me deu uma matéria que saiu em uma dessa revista como Veja que expressa bem o raciocínio de um viciado. Vou resumir aqui:
  1. O gordo considera ter forme qualquer vontadezinha de comer, mesmo que já tenha comido como um cavalo.
  2. O gordo não consegue esperar pela próxima refeição, ele tem que comer e pronto.
  3. Saber quando parar de comer é algo que não existe na vida de um gordo, senão não seria gordo certo?
  4. O gordo não tem noção de quantidade
  5. A ótima sensação da comida é o alvo, mesmo que seja momentâneo (é ou não é igual a um vício qualquer?)
  6. Quando ta tirando algo da dieta e vê que engordou, chuta o balde.
  7. Odeia gente magra, principalmente se é magro e come bem. Não pela pessoa, mas por poder fazer o que o gordo mais gosta e não ser gordo.
  8. Se faz dieta, não vê a hora de acabar.
É... Estou me auto estapeando aqui pra ver se, como dizia meu pai, "crio vergonha nessa puta dessa minha cara" e começo a tratar de sair desse vício. Tenho esperança que sim, quem sabe...

domingo, 21 de março de 2010

Como serão as coisas básicas no futuro

Hoje estive lendo sobre uma nova vertente do carbono, uma nova combinação de suas moléculas fez surgir um arranjo chamado grafeno. De cara já se descobriu que ele consegue assimilar as mesmas características do silício no que se diz respeito a chips de computadores, com a simples vantagem de ser mais rápido, consumir menos energia e não esquentar. Tudo isso graças a extrema facilidade que o grafeno tem de conduzir eletricidade.

A aplicação em processadores é só um dos muitos usos que citam. Outros avanços em outros arranjos como o grafeno que já estão sendo estudados e coisas que só se viam na ficção passam a ser possível.

Bom, isso não chega ser uma novidade pra gente. Estamos vendo televisões como folha de papel, inclusive dobráveis, nanorobôs que estão fazendo cirurgias a nível celular e assim vai.

Diante disso começo a pensar que futuramente tudo que nos cerca vai literalmente falar com a gente se quisermos. Você vai comprar um tijolo, vidro, fazer um pilar de concreto e tudo isso pode lhe “dizer” como está.

Imagine que em uma massa para concretagem terão por padrão elementos arranjados artificialmente podem lhe enviar informações a qualquer hora. Não é como colocar um sensor e ficar medindo, é como se o pilar de concreto inteiro fosse um sensor e basta você colher informações a qualquer momento simplesmente "perguntando" pra ele como ele está.

Veja se não é razoável também imaginar que você vá a loja de materiais de contrução e compre um vidro para por em uma de suas janelas. Esse mesmo vidro que colocou na janela poderá a hora que desejar, encaixar um dispositivo e fazer com que ele fique fumê, volte a ficar transparente e quem sabe até exibir imagens sem que pra isso você tenha que gastar a mais porque será tão comum isso que qualquer vidro virá “equipado” com esses elementos.

Imagine coisas assim pra pinturas de casa ou de carro que se realinhem sozinho pra cobrir um risco. Tecidos que se limpam sozinho, te resfriam se você estiver com calor ou te esquentam se estiver com frio apenas por estar em contato com sua pele, podendo “falar” com ela pra saber sua necessidade.

Bom, posso estar sonhando muito, contudo cada dia que passa vejo isso como algo muito mais próximo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Cobranças...

Uma vez, em um relacionamento antigo meu, eu ouvi a seguinte frase: “Parece que nunca vou ficar como você quer. Mesmo sendo coisas simples, são coisas que não são corriqueiras pra mim, por isso não me lembro em fazer. Só que o fato de não fazer algo assim acaba anulando tudo que faço e, as vezes, isso que faço é algo bem maior, daí o fato de esquecer coisas pequenas apagam tudo que fiz”. Claro que eu não entendia isso até ser eu a pessoa cobrada, então vem a ira “Faço tanta coisa pra agradar e ainda me torra a paciência com isso? Não to acreditando!”.

Porque somos assim? Porque deixamos de fazer coisas que são insignificantes pra nós e sabemos que os outros gostam? Se forem insignificantes, são fáceis de fazer, certo? Quem dera, particularmente acreditava nisso até ser eu o objeto da cobrança.

Acredito que a resposta pra isso fica na gaveta reservada para “os valores pessoais”. Isso beira o óbvio pra mim, mas o óbvio do conhecimento, não do sentimento. Sei que tudo isso é em decorrência aos valores pessoais do outro, mas não consigo trilhar por esse caminho com o meu sentimento. Resumindo, não consigo sentir que muitas ações que me cobram tem certo valor moral pro outro, por isso eu que sou o cobrado acho isso uma pura besteira e faço questão de não fazer.

Pelo pouco que já li, a psicologia aponta que a explicação pra isso ruma para os tipos distintos de personalidade: os duros, os sentimentais, os tímidos e por aí vai. Isso acaba gerando esses conflitos. Cada personalidade tem seus pesos diferenciados, ou seja, cada um tem seus pesos particulares pra cada problema, mas temos a vantagem de saber que quando agrupamos as pessoas por essa classificação citada, fica mais fácil de entender o que está acontecendo.

De qualquer forma eu estou pensando em alguns modos de facilitar o processo pra os momentos que me deparar novamente com essas exigências:

1) Preciso entender a pendência de verdade. Isso significa tirar o estigma que já tenho de que isso é uma tremenda perda de tempo e tentar entender a ação do ponto de vista do meu par.

2) O que o Amor acha? Como decidir se devo ceder a isso mesmo achando banal ou desnecessário? Acredito que isso seja através do crivo do amor. Acredito que eu deva sempre perguntar “Essa exigência tem algo a ver com um relacionamento baseado no amor?”. Se a resposta a isso for SIM, devo passar pros próximos passos. Caso contrário, paro por aqui e vou conversar (e não discutir, atacar, jogar pedra) com a pessoa pra ver se estou entendendo direito ou está faltando algo no que estou pensando.

3) Eu tenho que procurar saber/entender com o outro o porque é tão importante alguns atos que, pra mim, são supérfluos. Acredito hoje que se eu entender isso, consigo adicionar esses atos aos atos que faço automaticamente. Mas se não conseguir, terei que ser sincero e ver se não há nada a fazer que seja um meio termo ou deixar claro que não conseguirei fazer isso sem que seja forçado.

4) A velha e sofrida força de vontade. Claro que há limite, mas se eu conseguir ter a força de vontade necessária pra mudar isso, acredito que atingirei o alvo ou suavizarei ao menos o cenário. Aqui acredito que se consiga levar em consideração o quanto quero mesmo manter um relacionamento. Tenho que ter me mente que quando faço isso, uso um pouco da força desse relacionamento, o que o deixará mais fraco se não for reposto futuramente.


Mas e quanto sou eu que faço as exigências? Honestamente acredito que as mesmas regras acima servem para analisar se minhas exigências ou pedidos são algo que eu deva manter quando houver desavensa ou deva ser algo que eu deva considerar.

De qualquer forma, só consigo por isso em prática se eu tiver um bom diálogo com meu par, senão nem adianta começar, alias... Nem adianta ter par né?

Iniciando...

Um canto pra anotar minhas idéias, analisar e ver meus pontos de vistas, acompanhar meu crescimento... Essa é a idéia desse blog. Gostaria de colocar aqui pensamentos e filosofias de vida que tenho hoje e comparar com as que tive antes. Analisar os momentos da minha vida.

Além disso, deixo publico para que, quem sabe, outros possam se beneficiar com isso de alguma forma.