sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Um descoberta revolucionária no capitalismo


Já a alguns anos venho acompanhando uma descoberta no capitalismo que está mudando radicalmente o modo como esse regime vem sendo aplicado. Estamos todos presenciando isso, cada dia mais livros e gurus do meio vem traçando as mais variadas formas de passar isso aos seus seguidores.

Acho que todos se lembram das primeiras centelhas dessa reviravolta começaram com um livro muito conhecido e difundido no meio de administração de empresa e empresários de vários segmentos. Seu nome: O monge e o executivo. Até antes mesmo, outras obras, como "O Ócio Criativo", começaram a fazer algum barulho e acredito que, no final da contas, o livro "O monge e o executivo" iniciou uma "cantata de mudança" que hoje tem muitas e muitas vozes.

Essa onda de renovação já tem efeitos práticos e duradores em grandes empresa de tecnologia como a Google, IBM e, quem diria, até as tradicionais capitalistas Apple e Microsoft. Cada dia ganha novos adeptos que tem um pouco mais de coragem de quebrar o paradigma da gestão tradicional e ousar algo novo.

Mas muitos, senão a maioria, não gostam muito do que colhem com as experiências. Não conseguiram entender o que realmente é essa mudança de verdade. Essa mudança vai além do criar uma sala de jogos pros seus funcionários, mudar o RH para que passe mensagens de confiança, apoio otimismo ou façam campanhas pra estimular isso e aqui. Também não é mudar o jeito de repartir o famoso PNR (ou, para todos os fins práticos, um bônus além do 13º salário) e nem fazer aquela aconchegante copa com tudo de bom pra comer e beber.

Esses novos aventureiros (e mesmo alguns antigos) ainda não entenderam que essas ações são consequência, não a mudança em si. Você entendeu essa frase? Entendeu mesmo? Vou repetir: essas ações são a consequência, não a mudança.

Um exemplo


Vou dar um exemplo pra tentar passar melhor o que estou vendo atualmente:

Você compra um carro e quer que ele ande mais que os carros de seus amigos, então você tentar mexer no carro pra que isso aconteça. Lê um pouco sobre carros melhorados e começa a transformação: troca pneus e rodas pra melhorar a aderência e fazer com que a potência do motor seja melhor aproveitada; coloca aerofólio para deixá-lo mais estável;  troca todo o sistema de suspensão para ficar mais rente ao chão; faz AQUELA pintura e coloca adesivo pra que fique lindo e passe a verdadeira ideia (ganhar, ganhar e ganhar).

Mas, quando vai competir com ele, ao invés de ganhar (ao menos chegar perto disso) o carro parece que ficou pior, mais lento! Você não se conforma. Tanto dinheiro gasto, tantos estudos, tantos investimentos... Até lhe ofereceram um valor bem mais alto do que ele valeria de tão bacana que ele ficou. Mas o que está errado então?

Para aqueles que ainda não conseguiram ver o erro no exemplo acima, convido a você a pensar, apenas use esse dom que Deus lhe DEU e que RARAMENTE usamos. Não prossiga até ter algo em mente, ok?

Bom, como alguns já entenderam, o problema do carro não foi nada do que foi feito. Alias o que foi descrito acima realmente seria necessário pro objetivo a ser alcançado, mas seria a consequência de algo que não se fez, ou seja, pra alcançar aquele objetivo há ainda algo mais importante a se fazer e que é vital para que o carro realmente fique melhor. Para aqueles que acham que são mais abastado intelectualmente e acharam que o principal a ser feito seria "trocar ou mexer no motor", também não entenderam (lamento...).

O que faltou aqui pra você deixar o carro ficar melhor foi: pensar como um carro. É!!! Estranho não é?! Mas, sério, aceite meu desafio e faça a seguinte pergunta: Se você fosse um carro, o que você queria que ficasse melhor em você? Para o que você sente que foi criado de verdade? Seria ganhar um motor possante e ganhar a corrida de um carro amigo? Ficar com uma funilaria linda de morrer pra aquela gatinha Corvette? Andar tranquilamente pela cidade, com a cabeça fresca, sem pressa, sem gente querendo te bater (trânsito) e ainda sim sentir algo diferente: Paz e seus companheiros (calma, tranquilidade e etc)? Tudo isso junto?! Haaaa... Agora estamos pensando...

Uma vez, uma das mais inteligente mulheres que conheci (e que dei um jeito de ser hoje minha esposa, risos) me disse uma frase interessante: Não importa tanto as respostas quando não se faz as perguntas certas. Não importa muito o que você achou quando pensou como um carro, mas garanto que entendeu que ganhar dos carros dos seus amigos não é mais a única coisa que importa. Há muito mais por trás disso, quando se entra em assunto que você realmente dá importância.

Voltando...


Para os desavisados, a história do carro foi apenas um exemplo simples (jura?!). Óbvio que não consegue trazer tudo o que realmente tem que trazer em termos de conceito, então larga de ficar analisando a história pra achar errinho hein, risos...

Voltando ao tema, o que realmente está mudando o capitalismo? O que está criando uma nova corrente de pensamento, mudando a cabeça dos novos administradores? Transformando empresas grandes? Sendo ponto de discussão e quebras de outras tantas empresas? O que todos tentam passar em lições, livros, palestras (com contrapeso em dinheiro) mas ficam disfarçando em curtos ou longos discursos motivacionais, formas ou fórmulas de gestão de sucesso, praticas que vão aperfeiçoar sua empresa e um outro tanto de coisa que vemos por aí?

A resposta pra isso já foi dada a muito tempo, Roberto Shinyashiki vira-mexe diz (só não sei se entendeu) e você vai entender (se quiser participar dessa mudança). A palavra que responde essas questões é: AMOR. Tão simples e claro. Amar é, antes de qualquer coisa, pensar na empresa como o que ela é: pessoas. E pessoas que amam, atraem pessoas que amam fazer coisas que amam. E um ambiente com pessoas assim acaba tendo o que falamos lá em cima, nesse texto. 

O que é amar e como se consegue isso? Bom, dia a dia venho usando essa pergunta para COM ELA evoluir, por que respondê-la... Não... Não tenho a pretensão de fazer. Deixo isso aos grandes doutores (como diz um grande doutor e grande amigo das elétricas).

A mim, apenas agradeço de ter você junto comigo nesse texto.

Fortes abraços!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Em quem você está tacando seu cocô?

Hoje, falando com um amigo psicologo, nos colamos a pensar sobre os acontecimentos recentes referente a manifestação da tarifa de ônibus (veja um retrospecto aqui).

Acho que a maioria, assim como eu, percebe a dimensão que está se tomando com esse acontecimento rompe, e em muito, o foco do protesto em si. 

Particularmente, depois de ver ações, no mínimo duvidosas, da PM frente a pessoas desarmadas acende um forte fogo por justiça. Sobe o sangue literalmente e sinto aquela imensa vontade de estar lá gritando junto.
Afinal, motivos não faltam não é? Governo corrupto, capitalismo selvagem, exploração no trabalho, má condição de transporte, saúde lastimável... Bom, a lista é grande e com certeza a maioria já sabe dela mais que eu mesmo. 

Então vem aqueles que "tumultuam" e dizem "mas o movimento não é por causa do aumento de passagem do ônibus?" como que querendo banalizar a situação ou enfraquecer o movimento iniciado. Surge então, dentro de mim, a revolta e frases como "será que você é burro o suficiente pra acreditar que maioria está lá só por isso?" e tanta outras mais agressivas, afinal como pode essas pessoas não entenderem?

Mas, voltando a conversa com meu amigo, estava eu colocando as barbáries da PM, a indignação contra tanta safadeza, o movimento bacana de alguns contra o comodismo de tantos quando percebi que seus argumentos estavam indo em direção ao conformismo que tanto odeio. Então, sutilmente,  comecei a argumentar de forma clara como eu, ele e vários não fazemos nada pra melhorar, apenas ficamos sentado em nosso sofá julgando e tendo opiniões.

Então, depois de um bom tempo de prosa, ele me fez a seguinte pergunta: 
"Pensa em duas crianças pequenas. Agora pensa em uma cena em que uma das crianças pega seu cocô e joga bem na cara da outra. Pensou? Agora pensa em que cada criança está sentindo quando isso acontece". 

Sinceramente me soou um tanto... desconexo... pra dizer o mínimo. Após algum tempo de reflexão, tentando achar uma ligação entre esses dois assuntos, ele completa dizendo: 
"Entenda que o que eu falei das crianças é igual ao que está acontecendo em relação a esse movimento, somente estou colocando como algo mais primitivo".

Disse que não tinha captado ainda a conexão quando ele colocou o seguinte: 
"Antes de vermos o todo, a revolução da massa, o grito da população e, principalmente, o calor da emoção que isso gera, temos que trabalhar primeiro internamente o que nos leva a participar desse movimento. Se você está lá, planamente consciente de tudo que tem em você de ruim não é o motivo pelo qual você está fazendo aqui, ótimo! Mas quantos de nós estão usando isso para atirarmos nosso cocô nos outros? Quanto dos PMs, manifestantes estão trocando bombas e mais bombas de cocô? Você viu o estado da rua depois? A imundice que ficou? Eu vi porque moro na região e passei por lá... Era um verdadeiro chiqueiro..."

Relutei um pouco sobre aceitar isso, argumentei bastante mas tenho que convir que, ao menos comigo, há um fundo de verdade. Veja, não estou aqui criticando o movimento, protestos, ação de um ou de outro, mas o que ficou (e fica) em mim é a seguinte pergunta: 
Será que não estou usando a massa (como condenamos tanto que o faz) pra jogar nas outras pessoas minhas frustrações, raivas, agressões que me permito sofrer, impunidades mínimas que me permito passar, coisas que não precisam de um movimento agressivo para consertar ou expor, basta eu tratar o meu cocô da forma certa, descantando sim, mas não na cara de ninguém e sim onde se deve descartar, dando assim um ciclo correto para toda essa carga que tenho carregado.

Bom, ao menos isso serviu como ponto de reflexão pra muita coisa que, mais uma vez, fazemos ou achamos sem pensar melhor no que realmente significa pra nós mesmos. Pra você, o que significa dentro do seu mundo? O que te motiva ir contra ou a favor, se você conseguir achar ao menos o caminho pra resposta, acho que tudo já valeu apena até aqui.