sexta-feira, 20 de junho de 2014

A maravilha dos palavrões

Ahhh... Nada como alguns palavrões, as vezes, para lavar a alma. Abaixo um ótimo texto que passa um pouco do meu pensamento sobre o assunto.

"Os Palavrões Não Nasceram Por Acaso..." 
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.  
Como o Latim Vulgar, será esse Português vulgar que vingará plenamente um dia. Sem que isso signifique a "vulgarização" do idioma, mas apenas sua maior aproximação com a gente simples das ruas e dos escritórios, seus sentimentos, suas emoções, seu jeito, sua índole. 
"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas Pra caralho, o Sol é quente Pra caralho, o universo é antigo Pra caralho, eu gosto de cerveja Pra caralho, entende? 
No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não" o substituem. "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida.  
Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma! . O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.  
São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepne", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma. 
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o- pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o- pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. 
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cú!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cú!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. 
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". 
Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda- se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!.

Texto atribuído a Luis Fernando Verissimo

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Um descoberta revolucionária no capitalismo


Já a alguns anos venho acompanhando uma descoberta no capitalismo que está mudando radicalmente o modo como esse regime vem sendo aplicado. Estamos todos presenciando isso, cada dia mais livros e gurus do meio vem traçando as mais variadas formas de passar isso aos seus seguidores.

Acho que todos se lembram das primeiras centelhas dessa reviravolta começaram com um livro muito conhecido e difundido no meio de administração de empresa e empresários de vários segmentos. Seu nome: O monge e o executivo. Até antes mesmo, outras obras, como "O Ócio Criativo", começaram a fazer algum barulho e acredito que, no final da contas, o livro "O monge e o executivo" iniciou uma "cantata de mudança" que hoje tem muitas e muitas vozes.

Essa onda de renovação já tem efeitos práticos e duradores em grandes empresa de tecnologia como a Google, IBM e, quem diria, até as tradicionais capitalistas Apple e Microsoft. Cada dia ganha novos adeptos que tem um pouco mais de coragem de quebrar o paradigma da gestão tradicional e ousar algo novo.

Mas muitos, senão a maioria, não gostam muito do que colhem com as experiências. Não conseguiram entender o que realmente é essa mudança de verdade. Essa mudança vai além do criar uma sala de jogos pros seus funcionários, mudar o RH para que passe mensagens de confiança, apoio otimismo ou façam campanhas pra estimular isso e aqui. Também não é mudar o jeito de repartir o famoso PNR (ou, para todos os fins práticos, um bônus além do 13º salário) e nem fazer aquela aconchegante copa com tudo de bom pra comer e beber.

Esses novos aventureiros (e mesmo alguns antigos) ainda não entenderam que essas ações são consequência, não a mudança em si. Você entendeu essa frase? Entendeu mesmo? Vou repetir: essas ações são a consequência, não a mudança.

Um exemplo


Vou dar um exemplo pra tentar passar melhor o que estou vendo atualmente:

Você compra um carro e quer que ele ande mais que os carros de seus amigos, então você tentar mexer no carro pra que isso aconteça. Lê um pouco sobre carros melhorados e começa a transformação: troca pneus e rodas pra melhorar a aderência e fazer com que a potência do motor seja melhor aproveitada; coloca aerofólio para deixá-lo mais estável;  troca todo o sistema de suspensão para ficar mais rente ao chão; faz AQUELA pintura e coloca adesivo pra que fique lindo e passe a verdadeira ideia (ganhar, ganhar e ganhar).

Mas, quando vai competir com ele, ao invés de ganhar (ao menos chegar perto disso) o carro parece que ficou pior, mais lento! Você não se conforma. Tanto dinheiro gasto, tantos estudos, tantos investimentos... Até lhe ofereceram um valor bem mais alto do que ele valeria de tão bacana que ele ficou. Mas o que está errado então?

Para aqueles que ainda não conseguiram ver o erro no exemplo acima, convido a você a pensar, apenas use esse dom que Deus lhe DEU e que RARAMENTE usamos. Não prossiga até ter algo em mente, ok?

Bom, como alguns já entenderam, o problema do carro não foi nada do que foi feito. Alias o que foi descrito acima realmente seria necessário pro objetivo a ser alcançado, mas seria a consequência de algo que não se fez, ou seja, pra alcançar aquele objetivo há ainda algo mais importante a se fazer e que é vital para que o carro realmente fique melhor. Para aqueles que acham que são mais abastado intelectualmente e acharam que o principal a ser feito seria "trocar ou mexer no motor", também não entenderam (lamento...).

O que faltou aqui pra você deixar o carro ficar melhor foi: pensar como um carro. É!!! Estranho não é?! Mas, sério, aceite meu desafio e faça a seguinte pergunta: Se você fosse um carro, o que você queria que ficasse melhor em você? Para o que você sente que foi criado de verdade? Seria ganhar um motor possante e ganhar a corrida de um carro amigo? Ficar com uma funilaria linda de morrer pra aquela gatinha Corvette? Andar tranquilamente pela cidade, com a cabeça fresca, sem pressa, sem gente querendo te bater (trânsito) e ainda sim sentir algo diferente: Paz e seus companheiros (calma, tranquilidade e etc)? Tudo isso junto?! Haaaa... Agora estamos pensando...

Uma vez, uma das mais inteligente mulheres que conheci (e que dei um jeito de ser hoje minha esposa, risos) me disse uma frase interessante: Não importa tanto as respostas quando não se faz as perguntas certas. Não importa muito o que você achou quando pensou como um carro, mas garanto que entendeu que ganhar dos carros dos seus amigos não é mais a única coisa que importa. Há muito mais por trás disso, quando se entra em assunto que você realmente dá importância.

Voltando...


Para os desavisados, a história do carro foi apenas um exemplo simples (jura?!). Óbvio que não consegue trazer tudo o que realmente tem que trazer em termos de conceito, então larga de ficar analisando a história pra achar errinho hein, risos...

Voltando ao tema, o que realmente está mudando o capitalismo? O que está criando uma nova corrente de pensamento, mudando a cabeça dos novos administradores? Transformando empresas grandes? Sendo ponto de discussão e quebras de outras tantas empresas? O que todos tentam passar em lições, livros, palestras (com contrapeso em dinheiro) mas ficam disfarçando em curtos ou longos discursos motivacionais, formas ou fórmulas de gestão de sucesso, praticas que vão aperfeiçoar sua empresa e um outro tanto de coisa que vemos por aí?

A resposta pra isso já foi dada a muito tempo, Roberto Shinyashiki vira-mexe diz (só não sei se entendeu) e você vai entender (se quiser participar dessa mudança). A palavra que responde essas questões é: AMOR. Tão simples e claro. Amar é, antes de qualquer coisa, pensar na empresa como o que ela é: pessoas. E pessoas que amam, atraem pessoas que amam fazer coisas que amam. E um ambiente com pessoas assim acaba tendo o que falamos lá em cima, nesse texto. 

O que é amar e como se consegue isso? Bom, dia a dia venho usando essa pergunta para COM ELA evoluir, por que respondê-la... Não... Não tenho a pretensão de fazer. Deixo isso aos grandes doutores (como diz um grande doutor e grande amigo das elétricas).

A mim, apenas agradeço de ter você junto comigo nesse texto.

Fortes abraços!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Em quem você está tacando seu cocô?

Hoje, falando com um amigo psicologo, nos colamos a pensar sobre os acontecimentos recentes referente a manifestação da tarifa de ônibus (veja um retrospecto aqui).

Acho que a maioria, assim como eu, percebe a dimensão que está se tomando com esse acontecimento rompe, e em muito, o foco do protesto em si. 

Particularmente, depois de ver ações, no mínimo duvidosas, da PM frente a pessoas desarmadas acende um forte fogo por justiça. Sobe o sangue literalmente e sinto aquela imensa vontade de estar lá gritando junto.
Afinal, motivos não faltam não é? Governo corrupto, capitalismo selvagem, exploração no trabalho, má condição de transporte, saúde lastimável... Bom, a lista é grande e com certeza a maioria já sabe dela mais que eu mesmo. 

Então vem aqueles que "tumultuam" e dizem "mas o movimento não é por causa do aumento de passagem do ônibus?" como que querendo banalizar a situação ou enfraquecer o movimento iniciado. Surge então, dentro de mim, a revolta e frases como "será que você é burro o suficiente pra acreditar que maioria está lá só por isso?" e tanta outras mais agressivas, afinal como pode essas pessoas não entenderem?

Mas, voltando a conversa com meu amigo, estava eu colocando as barbáries da PM, a indignação contra tanta safadeza, o movimento bacana de alguns contra o comodismo de tantos quando percebi que seus argumentos estavam indo em direção ao conformismo que tanto odeio. Então, sutilmente,  comecei a argumentar de forma clara como eu, ele e vários não fazemos nada pra melhorar, apenas ficamos sentado em nosso sofá julgando e tendo opiniões.

Então, depois de um bom tempo de prosa, ele me fez a seguinte pergunta: 
"Pensa em duas crianças pequenas. Agora pensa em uma cena em que uma das crianças pega seu cocô e joga bem na cara da outra. Pensou? Agora pensa em que cada criança está sentindo quando isso acontece". 

Sinceramente me soou um tanto... desconexo... pra dizer o mínimo. Após algum tempo de reflexão, tentando achar uma ligação entre esses dois assuntos, ele completa dizendo: 
"Entenda que o que eu falei das crianças é igual ao que está acontecendo em relação a esse movimento, somente estou colocando como algo mais primitivo".

Disse que não tinha captado ainda a conexão quando ele colocou o seguinte: 
"Antes de vermos o todo, a revolução da massa, o grito da população e, principalmente, o calor da emoção que isso gera, temos que trabalhar primeiro internamente o que nos leva a participar desse movimento. Se você está lá, planamente consciente de tudo que tem em você de ruim não é o motivo pelo qual você está fazendo aqui, ótimo! Mas quantos de nós estão usando isso para atirarmos nosso cocô nos outros? Quanto dos PMs, manifestantes estão trocando bombas e mais bombas de cocô? Você viu o estado da rua depois? A imundice que ficou? Eu vi porque moro na região e passei por lá... Era um verdadeiro chiqueiro..."

Relutei um pouco sobre aceitar isso, argumentei bastante mas tenho que convir que, ao menos comigo, há um fundo de verdade. Veja, não estou aqui criticando o movimento, protestos, ação de um ou de outro, mas o que ficou (e fica) em mim é a seguinte pergunta: 
Será que não estou usando a massa (como condenamos tanto que o faz) pra jogar nas outras pessoas minhas frustrações, raivas, agressões que me permito sofrer, impunidades mínimas que me permito passar, coisas que não precisam de um movimento agressivo para consertar ou expor, basta eu tratar o meu cocô da forma certa, descantando sim, mas não na cara de ninguém e sim onde se deve descartar, dando assim um ciclo correto para toda essa carga que tenho carregado.

Bom, ao menos isso serviu como ponto de reflexão pra muita coisa que, mais uma vez, fazemos ou achamos sem pensar melhor no que realmente significa pra nós mesmos. Pra você, o que significa dentro do seu mundo? O que te motiva ir contra ou a favor, se você conseguir achar ao menos o caminho pra resposta, acho que tudo já valeu apena até aqui.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Ta reclamando do quê?

Do que você fica reclamando?

Do Lula? Do Serra? Da Dilma? Do Arrruda? Do Sarney? Do Collor? Do seu patrão? Da empresa que trabalha? Do seu emprego? Da saúde do Brasil? Do trânsito? Dos politicos distritais de Brasilia? Do Kassab? Dos mais 300 picaretas do Congresso? 

Mas afinal, brasileiro reclama de quê? O brasileiro é assim:
  1. Coloca nome em trabalho que não fez.
  2. Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.
  3. Paga para alguém fazer seus trabalhos.
  4. Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
  5. Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
  6. Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
  7. Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.
  8. Fala no celular enquanto dirige.
  9. Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) - assim o amigo não gasta nada.
  10. Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
  11. Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas.
  12. Viola a lei do silêncio.
  13. Trabalha como funcionário público pra ter estabilidade e não trabalhar.
  14. Dirige após consumir bebida alcoólica.
  15. Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas..
  16. Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.
  17. Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
  18. Faz "gato" de luz, de água e de tv a cabo.
  19. Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
  20. Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.
  21. Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
  22. Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.
  23. Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
  24. Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
  25. Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
  26. Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.
  27. Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
  28. Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
  29. Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
  30. Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
  31. Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.
  32. Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
  33. Falsifica e apoia a falsificação de tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
  34. Compra no mercado paralelo, mesmo sabendo que é roubado.
  35. Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.
  36. Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve. 
  37. Joga lixo em via pública - Quando está no trânsito joga papel de chicletes, balas, guardanapos etc. pela janela do carro, acha que as ruas são depósitos de lixos e que a prefeitura tem sempre a obrigação de limpar as sujeiras de pessoas mal educadas. 

E quer que os políticos sejam honestos como?!!! Escandaliza-se com o mensalão, o dinheiro na cueca, a farra das passagens aéreas... Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?

Brasileiro reclama de quê, afinal? E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!

Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos.... Colhemos o que plantamos! A mudança deve começar dentro de nós, nossas casas, nossos valores, nossas atitudes.

Vamos dar o bom exemplo! Espalhe essa idéia!

FONTE: Recebido por e-mail, de várias origens.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Você faz o que gosta?

Crítica ao texto de Stephen Kanitz (Editora Abril, Revista Veja, edição 1881, ano 37, nº 47, 24 de novembro de 2004, página 22 - disponível em http://www.kanitz.com/)


Na minha opinião o escritor desse artigo confunde algumas coisas. A primeira delas é: lazer e profissão. Não estou falando em termos conceituais, mas em termos de como nós encaramos isso.

Velejar, jogar tênis, nadar, ler livros, jogar futebol são lazeres que a grande maioria gosta. Alguns transformam isso em profissão por um talento nato, o que o torna um diferencial valorizado num desses assuntos e acaba recebendo por isso (alguns até bem demais). Mas pra grande maioria isso não passa de lazer e não querem passar o resto da vida fazendo isso pra viver. Eu pratico natação e adoro nadar, mas nunca quis me tornar um nadador profissional para ganhar a vida. Isso pra mim é só por lazer!

Mas veja só que interessante, eu pago alguém pra me proporcionar esse lazer e essa pessoa fica o dia todo numa piscina pra manter o meu lazer e o de muitos outros que pagam por isso. Esse não seria o sonho de muita gente? Passar o dia todo de bermuda, camiseta e chinelo, na beira da piscina, podendo nadar a hora que quiser, só dando ordens e recebendo dinheiro pra isso? Pra mim isso é lazer, pra ele isso é profissão.

Não duvido nada que um grupo de pessoa pague pra ver uma revista de belas paisagens e, com isso, pague indiretamente uma pessoa para viajar até esses locais e tirar lindas fotos. Imagine, ganhar pra viajar o mundo tirando fotos e conhecendo lugares lindíssimos. Fale o que quiser mas isso existe, é uma profissão e duvido que o cara odeie e faça bem feito só por força da profissão.

O grande diferencial é que são profissões de baixíssima oportunidade, onde um número ínfimo consegue realmente ganhar um bom salário enquanto a maioria se frustra. No caso do fotógrafo e do professor de natação, gostar do que faz é determinante porque não se exige apenas que se faça bem (isso é abaixo do mínimo), exige que a pessoa goste a ponto de criar um diferencial que seja passível de uma boa remuneração, algo que poucos conseguem e acabam desistindo.

Isso é diferente quando falamos de profissões mais tradicionais como administrador, engenheiro, médico, analista e outros. Nesses ramos mais tradicionais, você conhecer como faz e fazer com esmero as vezes é o suficiente para se tornar um bom profissional, mas ninguém pode negar que quando se pega alguém que está nessas profissões e é apaixonado por ela, esse passa a ocupar lugar de destaque cedo e com toda a questão de esmero e bom rendimentos junto sem muito esforço. Há as exceções, mas são exceções.

Então há outra coisa que o autor omite ao escrever seu texto na minha opinião: a ambição das pessoas. Há pessoas como administradores, engenheiros, analistas, o sapateiro, o lixeiro ou o operário da fábrica de meias que acredito não gostarem do que fazem. Só que no fundo são pessoas que não ligam pra o que tem que fazer na verdade porque querem algo que possam chegar, fazer sem pensar muito (e principalmente, estudar muito) e ir embora. Tocar a sua vida, seu churrasco, seu chopinho que é mais importante. Pra essas pessoas, tendo o seu pouco dinheiro no final do mês ta ótimo porque daí vai fazer o que gosta realmente! Pra que mais? Pra que tanto esforço? Pra que ter que gostar?

Então a pergunta é, colocar esses grupos de pessoas num mesmo contexto é certo para podermos falar sobre essa questão? É querer comparar a igualdade entre a maçã e a banana... São frutas, mas param por aí. Não da pra tratar da mesma forma!

Escrever “Muitos tios, pais e orientadores vocacionais acabam recomendando ‘fazer o que se gosta’, um conselho confuso e equivocado” pra mim mostra que o escritor, na verdade, ou é um profissional frustrado ou quer apenas alertar as pessoas que fazer o que se gosta é difícil e foi muito infeliz no seu texto. Digo isso porque eu faço o que gosto, sou bem sucedido e conheço muita gente assim. Fácil não é, mas não conheço nenhum que seja assim e ainda infeliz e mal humorado. Agora faça o que não gosta e veja como fica! Seja um médico que não gosta da profissão pra ver se você levanta as 3 da manhã pra atender um paciente com o autor fala no texto.

É claro que ao falar sobre isso, surgem temas filosóficos como: se todos procurassem fazer o que se gosta, estudassem e se esforçassem pra isso, como ficaria as coisas mais triviais do nosso dia a dia como o lixo, o sapato, a meia, a limpeza da casa e tantos outros? Falar sobre isso é entrar em conceitos de sociedade. Isso existe porque a sociedade permite. Se a sociedade não quiser mais que ninguém faça isso, outros modos serão criados para evitar isso como, por exemplo, todos fazerem um pouco ao invés de pagar alguns para fazerem tudo pra todos.

Podemos então entrar num embate longo sobre isso mas o fato é que concordar com um texto desse é, no mínimo, ser complacente com uma realidade que não existe como é descrito pelo autor.

domingo, 29 de agosto de 2010

O que os presidenciáveis planejam para a área de Tecnologia do país?

Fiz essa pergunta, via Twitter, aos três principais presidenciáveis por um mês e ninguém se manifestou. Vi e vejo responderem de tudo, até sobre provocações futebolísticas, mas nem uma palavra sobre o assunto.

Pesquisei nas páginas de campanha dos candidatos sobre o assunto e adivinhem? Nada. Não há nem menção de algo sobre Tecnologia nas propostas dos presidenciáveis.

Abro parênteses aqui para observar que não encontrei nenhuma proposta de verdade, aquela em que se detalhe o que se fará em cada área, com números e coisas do gênero. Em alguns casos a proposta ainda está em "construção", sendo que já estão falando delas em suas propagandas políticas e que temos apenas praticamente um mês pra eleição, fecha parênteses.

Enquanto isso:

Sei que a área de tecnologia não deva ser considerada prioridade pra um governo de igual forma as áreas de educação, saúde, transportes e outros. Mas nem sequer se prevista? Uma área que movimenta bilhões de dólares anuais, abre outro tanto de oportunidade e tem uma demanda exponencialmente maior que outras áreas, nem sequer ser lembrada (ou até pior, conhecida)?

A área de tecnologia já sofre com o abandono por não ter um órgão regulador (como OAB, CREA e afins), facilitando a entrada de “picaretas” de toda sorte. Como hoje você pode, por exemplo, considerar uma pessoa apta a atuar na área de sistemas por você? Seja criando um programa pra sua você, sua empresa ou lhe prestando um serviço. Como hoje você pode assegurar que não há envio ilegal de informações a partir de seu navegador de internet a todo momento que navega ou entra no seu banco?

O mercado faz sua peneira quando pode, mas quem não é da área não tem algo para saber se um profissional de tecnologia é realmente qualificado ou não. E quem é da área acaba disputando mercado com curiosos e/ou pessoas só interessadas pelo “dinheiro rápido”, afinal fica mais fácil tapear as pessoas naquilo que ela pouco conhecem.

Já não bastasse isso, tudo aponta para que nosso próximo presidente nem sequer saiba falar sobre o tema. “Usam” (na maioria esmagadora das vezes, seus assessores usam) Twitter, Orkut, Facebook, e-mail, sites pra campanha, mas e daí? Será que não perceberam que sem essa área não há mais como gerir as outras áreas que todos julgam mais importantes?! Visite um departamento público e veja a lastima tecnológica que vivem. O volume de informação hoje é tão grande que sem tecnologia fica praticamente impossível tomar alguma atitude correta porque não se conseguirá um mínimo de conhecimento do que está ocorrendo.

Os governos atuais então nos apresentam a eleição eletrônica, imposto de renda on-line, certidões on-line, plano de expansão de acesso a internet em todo o Brasil e uma infinidade de avanços tecnológicos, sem contar as novas gerações totalmente centrados na tecnologia. Tudo isso frente a uma visível ignorância tecnológica do nosso (próximo) presidente e seu grupo de ministros. Fica então a pergunta: qual será o resultado dessa ignorância tecnológica?

Meu objetivo é pedir a todos que questionassem nossos presidenciáveis (via e-mail, Twitter, Orkut, debates ou qualquer que seja o meio) para saber o que pensam sobre esse tema e o que pretendem fazer a respeito, pois isso é sim importante.

Segue o site dos três principais presidenciáveis (em ordem alfabética) e seus contatos no Twitter para que possam acompanhá-los e questioná-los:

Dilma Russef

José Serra
Marina Lima

Se tiver alguma novidade sobre o assunto e puder me enviar, mande-me um e-mail:
emerichcontatos-tigov@yahoo.com.br


Eu e o Brasil agradecemos.

(esse texto, assim como outros do meu blog, teve a ajuda de minha amada esposa Clarice Batista fazendo a sua correção)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O ser humano acostuma a viver no próprio excremento e não faz nada pra mudar

É interessante como o ser humano se acostuma a viver no próprio excremento e, percebendo isso, não faz absolutamente nada para mudar.

Pense um pouco. É segredo que quem vive em São Paulo respira um pouco de veneno todos os dias? Tenho fé que não. Também não estou sendo dramático não. Veja só algumas reportagens que saíram nesses últimos dias:

Piora a qualidade do ar na Grande SP - http://www.destakjornal.com.br/readContent.aspx?id=13,56449

Qualidade do ar em São Paulo piora nos últimos 90 dias - http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4397663-EI8139,00-Qualidade+do+ar+em+Sao+Paulo+piora+nos+ultimos+dias.html

Aí os grandes sábios (que geralmente é a maioria da população) acham que isso é uma espécie de lenda urbana, afinal ta ruim mas não tanto assim. Outros até acreditam e se fazem de preocupados, mas se precisar deixar de pegar seu carro pra ir até a algum lugar pra passear (a famosa “dar uma voltinha”), deixar de usar umas 100 sacolinhas plásticas pra carregar as compras de supermercado, enfim, se precisar fazer qualquer mínimo esforço pra ajudar, logo abandonam o espírito “eco-certo” e seguem o fluxo. Ainda se justificam “se eu fizer ou não fizer dará mesmo, o que adianta?”.

Então alguns iluminados ficam procurando uma maneira de fazer isso, nem que seja a força, pra ganhar dinheiro, seja lá o que pensarem. Disso surgem algumas iniciativas como, por exemplo, a inspeção veicular. Mas sem vergonha quando é sem vergonha de verdade, invocam o “dane-se” a algo que é bom pra todos. Xingam o município, reclamam, perguntam se não tem mais nada pra fazer e por ai vai (isso porque o processo é rápido e bem organizado, imagine se não fosse). Mas ir lá pra ver se seu carro ta ajudando a matar os outros, pra que né? E se o carro for reprovado então? É o ícone do absurdo uma coisa dessas. Vamos ser honestos, casos como o da inspeção veicular deveriam ser requeridos pela sociedade e, quando existissem, deveriam ser procurados por livre vontade, não por obrigação. Isso se chama lógica, mas fazemos questão de praticar o que se chama imbecilidade pelo tal do “conforto do momento”. Junte isso à impunidade e tem-se a reportagem abaixo:

Só 0,1% dos infratores foram multados por não fazer a inspeção - http://www.destakjornal.com.br/readContent.aspx?id=13,56447

Não contente, ainda compramos mais e mais carros ou incentivamos isso a toda força. Afinal o Brasil precisa crescer, o povo precisa ganhar dinheiro certo? Claro que sim, porque depois vão precisar de todo esse dinheiro pra consertar a “cagada” que estão fazendo. Não basta o pai de família ter um carro. Tem que haver um pro filho, pra filha, pra mãe, pro empregado, pro filho do empregado e por ai vai. Até que um dia nos veremos todos num hospital, lotado de gente, sem condições de atendimento (mesmo pagando os custos de um plano particular), não conseguindo respirar, vendo filhos morrendo por inúmeros tipos de doenças e por aí vai. Será que aí vamos ao menos se lembrar que somos os responsáveis ou vamos tentar matar o presidente, prefeito ou secretário da saúde? A segunda opção, claro. Afinal alguém acha que a culpa é nossa? Que loucura e blasfêmia dizerem isso!!! Os outros erram, não a gente!

Então vemos as tragédias! Casas levadas pela chuva, famílias inteiras mortas... E? E daí? Isso não quer dizer nada!

Ficou chocado com essa frase a me achou sem sentimento não é? Mas isso que eu disse não é o que eu acho e sim o que a maioria do povo que morreu achava ou parece que achava. Pense bem, porque você iria invadir um local (veja bem, INVADIR) que fica num morro ou na encosta de um rio, onde superficialmente fica evidente o risco do lugar (o chorume do lixo ou o próprio rio em si frente há anos e anos de anúncios de tragédias por alagamento), monta sua casa (gastando o dinheiro que dizem não ter) pra quando há uma chuva ver tudo indo pelo buraco. Então se chama a reportagem pra mostrar a desgraça e condenar o governo pela falta de estrutura e condições dignas pra um cidadão “honesto”! Um cidadão que paga seus impostos (qual seria o imposto se ele é irregular logo não tem IPTU e etc?).

“Mas falta condição pra essa gente, emprego, dignidade e bla bla bla”. Eu não sou ninguém pra falar o que é certo ou errado então eu penso no que é lógico a meu ver. Veja, se estou num lugar e preciso viver, eu vou procurar um lugar pra conseguir o pão (trabalhar) e morar, certo? Supondo que eu esteja nesse local há algum tempo e não consiga achar nada. Não tenho mais como viver ali, o que faço então? Segue as alternativas que penso serem as mais diretas:

a) Tento um novo local para novas tentativas.
b) Insisto nesse lugar, afinal minha família ta aqui. Então procuro um lugar vazio pra montar um barraquinho provisório até eu ver o que vai dar, peço uma ajudinha pro pessoal e vou tentando tocar.

O que geralmente é escolhido? Por quê? “Sou casado e tenho filhos”, “Minha mãe depende de mim” e por aí vai... Mas resolver o problema que é bom, nada. E ai se aparecer um fiscal pra desapropriar e falar que você está errado ou você é um invasor.

Então, como diz o ditado, “se não vai pelo amor, vai pela dor”. Chove, pega fogo ou acontece algo e aí morre a família, os pais, a pessoa... “Que tragédia! Como isso pode acontecer? Será que não há um Deus que vê isso? Esse governo...”

Então, quando falamos algumas coisas que escrevi cima, surgem outras correntes com “... mas é que essas pessoas não tiveram instrução...”. Tenho um exemplo particular, mas meu tataravô não tinha o primário e saiu do Rio de Janeiro a pé pra tentar a vida no interior porque viu que sua família iria morrer de fome se ficasse lá. Isso não tem haver com instrução, tem haver com senso de responsabilidade, de consciência.

Após a tragédia do Rio, ouvi um cidadão dizer à repórter que só síria da casa dele com sua mulher e uma criança (que estava no lixão, em ruínas e em área invadida)para o abrigo que a prefeitura já tinha providenciado se o governo pagasse a ele R$ 250,00. Gente! Que é isso! O cara invadiu o lugar, estava morando em cima do lixo, a casa esta caindo literalmente e ele só sai se ganhar dinheiro?! Olha, parece piada de primeiro de abril.

Voltando, porque fazemos isso? Seja no lixão ou apenas respirando o ar de São Paulo, sabemos que estamos arriscando a nossa saúde, a saúde de nossa família, a saúde de todos e ainda sim não mexemos nenhum músculo pra mudar isso.Porque somos tão coniventes? Será que nossa preguiça, nosso desleixo, nossa falta de compromisso é tão superior assim? Porque fazemos questão de cada vez mais viver COM o excremento e NO excremento? Essa pergunta que não me sai da cabeça, pois me incluo totalmente no meio do que acabam não se mexendo pra ajudar. Quando criaremos vergonha? Alias, será que isso acontecerá um dia? Eu particularmente quero acreditar e pensar nisso muito pra ver se saiu dessa posição. Eu preciso e vou!!!